Fast fashion, vestuário esportivo e sustentabilidade

Saiba mais sobre o impacto da sustentabilidade no mundo têxtil e como o digital pode ser um aliado, especialmente nas passarelas e no vestuário para o esporte, como no ciclismo

Fast fashion, vestuário esportivo e sustentabilidade

A impressão digital têxtil avança a passos largos no mundo todo. Ela passa a ser presença constante em diferentes segmentos dentro do setor, como no fast fashion e na área de vestuário esportivo, especialmente por suas características sustentáveis.

A FESPA Digital Printing vem falando disso há muito tempo e temos em nosso site uma série de materiais muito interessantes para quem quer saber mais. Vamos citar aqui dois recentes: a live com Felipe Sanchez, CEO da Global Química & Moda, e a entrevista com Diego Genari,gerente de Desenvolvimento de Tintas América Latina da DuPont, sobre têxtil e sustentabilidade.

Nesta semana, oferecemos mais um material exclusivo. A embaixadora têxtil da FESPA pelo mundo, Debbie McKeegan, escreveu um artigo muito interessante sobre o impacto da sustentabilidade no mundo têxtil e como o digital pode ser um aliado, especialmente nas passarelas e no vestuário para o esporte, como no ciclismo.

Confira abaixo o artigo e fique atento: vamos falar tudo sobre impressão digital têxtil na FESPA Digital Printing, de 23 a 25 de setembro no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo. Além dos grandes players do setor, o evento sedia o Digital Textile Conference, congresso gratuito focado em falar das evoluções da estamparia digital. A iniciativa tem o patrocínio da Global Química & Moda.

Para fazer a inscrição para visitar o principal evento de impressão digital do país, acesse www.fespadigitalprinting.com.br/visitar. E se você possui soluções que fazem parte da cadeia de produção digital têxtil, seja um expositor da FESPA Digital Printing 2020, entre em contato para saber mais detalhes.

 

Artigo FESPA: Fast fashion, vestuário esportivo e sustentabilidade: fechando o círculo

Por Debbie McKeegan

Debbie McKeegan, Embaixadora Têxtil da FESPA, fala sobre as inovações dentro da impressão têxtil, novas técnicas para a produção de vestuário esportivo e por que sustentabilidade pode ser propensa ao greenwashing (o marketing feito para divulgações de ações que seriam sustentáveis).

O fast fashion e a sustentabilidade podem coexistir?

Sim - através de uma produção sustentável em um fluxo de trabalho eficiente que remova perdas ao utilizar um processo inteligente. Sustentabilidade não é apenas sobre usar substratos limpos e mais “verdes” - é sobre reduzir perdas, energia, água e como o produto é projetado, com circularidade em mente, para que ele possa ser reabsorvido dentro da cadeia de reciclagem no fim de sua vida útil.

Atualmente, uma grande parte da indústria de vestuário esportivo está praticando um modo de produção que cria produtos que nunca serão vendidos. Não é economicamente sensato armazenar uma grande quantidade de “peças em branco” em armazéns - resíduos criados na preparação para a impressão.

Recentes inovações nas tecnologias rolo a rolo, softwares de posicionamento de impressão e alimentação para o DTG (impressão direta no vestuário) seguem um fluxo de trabalho customizado, gerando o que você precisa, apenas quando você precisa - a maior definição de impressão sob demanda. Isto fornece a inovação necessária que aponta o caminho para o futuro.

Por que alcançar a sustentabilidade total está demorando tanto?

Muitos estão se esforçando para serem mais sustentáveis, isto é senso comum. Todos querem ser ecológicos, mas cadeias de fornecimento complexas estão em progresso mais lento dentro da indústria. Há também uma baixa velocidade da adoção devido à falta de investimento de tecnologia de fabricação alternativa.

Ao promover e apresentar inovadores softwares de fluxo de trabalho digital, substratos essenciais, tintas certificadas e tecnologia pioneira, podemos apontar o caminho para o futuro da fabricação sustentável ao adotar tecnologias de “fábrica inteligente”.

Qualquer negócio pode fazer escolhas sustentáveis melhores e mais bem informadas. Eles podem fazer reparos e adaptar os fluxos de trabalho existentes para se tornarem mais sustentáveis. Mas o progresso é lento, toma tempo para reequipar, treinar novamente e converter a cadeia de fornecimento em um workflow digital realmente sustentável - a menos que você seja uma startup.

Sem dúvidas, isso tem levado ao conceito “greenwashing”. Muitas grandes marcas de varejo estão navegando em direção à sustentabilidade, mas eles estão sobrecarregados com uma carga muito pesada, um legado histórico de produção em uma cadeia de fornecimento complexa. Frequentemente, esta é uma questão de onde começar a jornada sustentável. Mas, dando pequenos passos, todos os quais são essenciais, este acúmulo de passos pode levar a uma mudança positiva.

É claro, todos ficam muito frustrados com o tempo que isso vai levar, mas estamos acelerando o passo e as demandas do consumidor exigem que façamos isso. O fracasso não é uma opção para o sucesso comercial.

O greenwashing é um problema em toda a indústria?

No geral, a indústria está sendo aberta e honesta, e algumas empresas estão sendo extremamente transparentes sobre o progresso que estão fazendo - e essas são as empresas que terão sucesso no futuro. Eventualmente as grandes marcas terão que redefinir suas escolhas na rota do fornecimento para entregar as missões que alegaram cumprir e eles exigirão conformidade.

Por exemplo, a Zara diz que 100% do algodão, linho e poliéster usados nas suas roupas serão sustentáveis, orgânicos ou recicláveis até 2025. Depois de fazer essa afirmação, eles vão precisar cumprir, e a Zara segue investindo milhões para redefinir suas rotas de fornecimento e adaptar novas cadeias sustentáveis de fornecimento e um fluxo de trabalho global digitalizado. O consumidor demanda produtos sustentáveis, e a cadeia de fornecimento precisa atender.

A cadeia de fornecimento tem que se adaptar para entregar os produtos que o mercado demanda, como sempre fez, ou perder market share - as grandes marcas vão para qualquer lugar na busca por neutralidade de carbono.

Podemos comparar o momento atual com o que ocorreu nos anos 90, quando a indústria têxtil ainda estava baseada na Europa, Reino Unido e Estados Unidos. Conforme o preço dos têxteis caiu, compradores migraram para o Extremo Oriente. As empresas que não conseguiram entrar em consonância com o novo mercado - e não podiam competir em preço - não puderam sobreviver.

Melhorar a prática sustentável de sua empresa é essencial, e isso não necessariamente é sobre preço: “sustentabilidade” é uma palavra só, mas engloba energia, eficiência, resíduos, efluente da produção, água e ar limpos. Esses fatores estão presentes nas tecnologias de fabricação usadas para criar impressora, tintas, substratos e todas as partes componentes de uma cadeia de fornecimento complexa. A transparência desses produtos é necessária para garantir que eles atendam as necessidades dos clientes e cumpram a certificação necessária.

Estou confiante porque a energia da geração mais jovem irá conduzir a mudança. Novas gerações, como as definidas pela Geração Z e os Millenials, estão cientes dos problemas, e irão pressionar por mudanças exercendo seu poder de compra e responsabilizando as empresas por seus compromissos nas compras que fazem.

Qual a coisa mais importante que você pode fazer para ajudar a tornar a sua empresa mais sustentável?

Em termos simples: use a tecnologia digital porque, em última análise, ela é a mais sustentável. Por exemplo: simplesmente ao usar as tintas pigmentadas na comparação com os conjuntos de tinta alternativos, a tecnologia de impressão digital têxtil pigmento acaba não usando água, e uma fração de energia de uma tradicional linha têxtil analógica. Essa é uma economia enorme: o paradigma da impressão digital é da sustentabilidade. Ela permite uma produção sob demanda e usa poucos recursos preciosos. E quando a tecnologia digital utiliza esses recursos, ela produz apenas o necessário, sem geração de perdas e resíduos.

O mercado de vestuário esportivo está crescendo rápido, assim como sua influência na fabricação de roupas. Quais são os desafios específicos desse setor?

A direção predominante em todo o setor de vestuário esportivo é a customização e personalização: a necessidade de produtos de baixa tiragem, customizados, personalizados e fabricados em prazos de execução super rápidos.

Na “moda do ciclismo”, por exemplo, os produtos são fabricados para velocidade - literalmente. Tecidos e tecnologias presentes no ciclismo podem reduzir segundos ou milésimos de segundo. Esses pequenos ganhos podem ser a diferença entre ganhar e perder.

Produtores têxteis gastam muito esforço e energia em tecidos inovadores que não apenas são altamente aerodinâmicos mas respondem ao corpo - eles são anti-suor, eficiente em termos de energia, resfriamento e, no entanto, refletem o calor e assim por diante - todas essas propriedades são muito importantes.

Times de ciclismo ao redor do mundo estão mudando de uma competição a outra e precisam de produtos continuamente refeitos para patrocinadores e eventos específicos. Ser capaz de fazer isso de maneira rápida e eficiente tornou-se mais importante do que nunca.

Como as empresas estão lidando com esses desafios?

Com ineficiência, para ser sincera. Atualmente, de 80% a 90% do mercado ainda está atuando em duas linhas separadas: eles fabricam milhões em peças de vestuário brancas, as quais serão armazenadas para uso futuro - então eles imprimem o design, a obra de arte em papel. O papel então é transferido para a forma branca do tecido usando um processo de transferência de calor em uma prensa de mesa, uma de cada vez. Uma pessoa está de pé ali, colocando a peça branco no papel e pressionando os dois, um depois o outro. Você pode imaginar o quão ineficiente é isto?

O papel então geralmente é impresso como parte de um fluxo de trabalho customizado, mas, mesmo assim, a produção não é executada com a máxima eficiência porque muitos fornecedores de vestuário esportivo não utilizam softwares de alinhamento para economizar e maximizar a eficiência do tecido dentro do gerenciamento da linha de produção.

Com a nova tecnologia rolo a rolo e o apoio de softwares de gerenciamento da linha de produto, não há mais necessidade de peças brancas - você pode projetar inline, em um workflow preciso, e apenas imprimir a metragem exata focada no produto.

O posicionamento da impressão é crucial para a produção customizada eficiente e pode levar a economias enormes: você pega um padrão de vestuário, coloca na impressora esse padrão através de um software e então imprime no papel. O papel é transferido diretamente para o tecido em formato rolo a rolo.

Você economiza algo como 30% de tinta, 30% de papel e de 15 a 20% de tecido - o material não impresso pode voltar ao fluxo de trabalho circular e ser reciclado. Todos esses benefícios fazem o processo muito mais sustentável e ecológico.

Fonte: FESPA.com

 

March 17-20, 2025
Monday to Thursday, From 1 pm to 8 pm
Expo Center Norte - Blue Pavillion
São Paulo - SP - Brazil