Faturamento do mercado editorial cresce 17,1% no primeiro trimestre deste ano

De acordo com especialista, retomada do setor já era esperada

Faturamento do mercado editorial cresce 17,1% no primeiro trimestre deste ano

Pesquisa realizada pela Nielsen e SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) aponta que o setor editorial continua apresentando uma boa performance de vendas. No primeiro trimestre deste ano, houve um aumento de 16,3% em volume de vendas e 17,1% em faturamento se comparado ao mesmo período de 2021. Os números foram divulgados durante o segundo painel do Varejo de Livros no Brasil deste ano, responsável por analisar os principais varejistas do País.

Conforme os dados apurados, entre 31 de janeiro a 27 de fevereiro, foram vendidos 4,6 milhões de exemplares, uma variação positiva de 16,3% em relação a 2021, quando foram comercializadas 3,9 milhões de obras. Essas vendas geraram um faturamento de R$ 210,9 milhões, ou seja, um crescimento de 17,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, que movimentou R$ 180,1 milhões.

Para Eduardo Villela, book advisor e profissional com mais de 16 anos de experiência no mercado editorial, essa retomada já era esperada. “O e-commerce é uma realidade que já apresentava um crescimento expressivo muito antes da pandemia, e, por conta do isolamento social, ganhou ainda mais força pela facilidade e segurança para realizar compras. Além disso, apesar do fechamento de lojas megastores das redes Saraiva e Livraria Cultura (ambas em recuperação judicial), as pequenas livrarias de bairro ganharam espaço pelo atendimento personalizado que oferecem ao consumidor. Esse movimento no mercado acontece por diversas razões.

As livrarias menores geralmente se especializam em nichos, como livros de ficção infanto-juvenil ou livros técnicos para estudantes, disponibilizando um acervo amplo aos clientes. Elas oferecem um atendimento mais personalizado e profissional, feito por poucos funcionários bem treinados ou até pelo próprio proprietário. São detalhes que fidelizam os clientes e os fazem comprar delas, mesmo sabendo que os livros quase sempre custam menos se comprados nos grandes sites. Boa parte dos clientes valoriza em primeiro lugar o bom atendimento e outras experiências, como eventos de contação de histórias, saraus e a possibilidade de interação com os autores em sessões de autógrafos. Por isso, os clientes estão dispostos a pagar mais do que na internet”, explica o especialista.

Eduardo finaliza dizendo que “por ser um ano eleitoral, onde vários debates e ideias vêm à tona, a tendência é que um número expressivo de pessoas busque se informar e pensar o que querem para o país também por meio da leitura, impactando também no aumento das vendas de livros”, finaliza o book advisor.

Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

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