Artigo: Como preparar o design para impressão digital têxtil

Em artigo para a FESPA.com, o especialista Paul Lindström compartilha o que você precisa considerar ao criar designs para têxteis impressos digitalmente.

Artigo: Como preparar o design para impressão digital têxtil

Por Paul Lindström

Impressão digital em têxtil é uma opção fantástica para comunicar novas ideias em impressão usando tecidos. Há muitas possibilidades para o que é alcançável quando você combina impressão digital e têxteis para todos os tipos de aplicações, de sinalização a vestuário e decoração de interiores. A consideração do design para aplicações outdoor (externas) como sinalização e tendas é diferente para design de interiores e vestuário. No entanto, há algumas facetas técnicas que muitos projetos de impressão digital compartilham.

Ao preparar projetos de impressão usando impressoras digitais adequadas para tecidos e produtos têxteis, você pode usar o mesmo “checklist” da impressão convencional, ou seja, a impressão convencional com offset, serigrafia ou flexo. No entanto, se alguém te disser que não há outras necessidades técnicas especiais para a impressão digital em relação à maneira que a arte-final é preparada, eles estão, infelizmente, enganados, ou eles estão subestimando os desafios.

É importante considerar a resolução das imagens e usar os tipos de formato de arquivos que mais se encaixam para ilustrações baseadas em vetor e para imagens baseadas em pixel quando revisar as ilustrações. Outros fatores técnicos que devem ser considerados e otimizados incluem a sangria, overprint (ou não), trapping, repetição de padrão (se aplicável), tipos de fontes usados, etc. Sobre gerenciamento de cor, nem toda cor pode ser reproduzida em toda impressora ou em todo substrato. Não acredite em alguém que te diga o contrário, pois não é verdade. Se você está preocupado sobre precisão de cor em seu projeto de impressão, há algumas noções básicas a serem lembradas desde o início.

Alguns erros comuns no Preflight (pré-impressão)

O termo “Preflight” foi originalmente usado na aviação em 1935. O termo se refere para checar o que o piloto e sua equipe na terra tinham que fazer antes de liberar um avião para decolar. Chuck Weber, um consultor dentro da indústria de artes gráficas, concluiu em 1990 que algo similar era necessário para lidar com a arte eletrônica antes de enviá-la para a impressão. Um checklist do preflight (pré-impressão) para a produção da impressão pode ser tão simples como uma lista por escrito com “não esqueça de verificar isto…” ou utilizar softwares especializados para checar os arquivos antes do envio para a impressora.

O que observar na preparação de sua arte

O erro mais comum na arte enviada para produção na impressora é que as imagens estão com uma resolução muito baixa para ser impressa. No entanto, para algumas produções de grande formato, quando o material impresso precisar ser visto à distância, você não precisa seguir a regra geral de cerca de 300 ppi de resolução (pixel por polegada). Mas você deve ficar bem acima de 100 ppi de resolução efetiva mesmo para impressão têxtil. Por “efetiva” nós queremos dizer qual é a resolução depois que você inseriu a imagem e aumentou no software de layout.

Se você adicionar uma imagem em, digamos, 300 ppi, mas ao aumentar a imagem em 200%, você traz pela metade a resolução efetiva e, em seguida, em 150ppi na arte. Se a imagem for visualizada em close, então a imagem pode aparecer um pouco desfocada. Mas, por outro lado, o tecido é por natureza um substrato que não é completamente liso. Assim sendo, você pode “se safar” com uma resolução baixa nas imagens. Mas fique de olho nisso. É sempre melhor fazer tudo certo antes de enviar o trabalho para ser impresso.

“Sangria” se refere que a impressão precisa ir inteiramente até a ponta do substrato. É o termo para quando uma área impressa é cortada, mas você deseja que a imagem ultrapasse a borda recortada. Certifique-se sempre de que tem alguma “sangria” entre 3 e 5 milímetros em qualquer imagem, então você não tem uma lacuna quando o tecido é cortado ou costurado juntamente com outras peças de uma peça de roupa ou para decoração de interiores.

“Trapping” é o termo usado para quando diferentes cores “se tocam” em um design e, dependendo das características da tinta, você poder ter uma mudança inesperada em cor na área onde elas se sobrepõem. Por exemplo, se você tem uma área com amarelo puro e outra área de ciano (azul) lado a lado, haverá o verde de sobreposição por conta de um pequeno registro incorreto no processo de impressão. Mas, felizmente, a maioria das impressoras digitais é extremamente precisa em como elas depositam a tinta no substrato.

Portanto, na maioria dos casos, isto não deve ser um problema. Mas em caso de dúvidas, você deve verificar com o departamento de pré-impressão em sua empresa contratada, pois eles podem instruir se a compensação por trapping deve ser feita na sua arte. Às vezes, isso é melhor tratado no sistema de workflow usado no departamento de pré-impressão. Se assim for, eles vão contar seus planos. De qualquer forma, é importante fazer a pergunta.

Como preparar sua arte

A maioria dos fornecedores de serviços de impressão (gráficas ou empresas de comunicação visual) com experiência na impressão digital colorida em têxteis irá promover um guia sobre como a arte deve ser preparada para um certo tipo de produção e projeto.

Você deve esperar algumas instruções sobre qual formato de arquivo o impressor prefere por imagens e logos. Com relação à arte criada no Adobe Illustrator, é normal sugerir que o texto em ilustrações e logos sejam convertidos para vetores. A “vetorização” converte texto em curvas para evitar problemas com fontes ausentes na arte.

Você deve também esperar instruções do impressor sobre gerenciamento de cor, especificamente perfis de cor que eles preferem para trabalho RGB e seus perfis ICC recomendados para trabalho CMYK. Se você endereçar cores em sua arte como cores spot (especiais) definidas, você deve ter certeza que o impressor pode gerenciar cores verdadeiramente especiais ou se as cores são convertidas no espaço de cores (configuração de tinta) do dispositivo de impressão. Se cores especiais serão convertidas, é importante você checar se as cores atendem às suas expectativas, então tenha certeza que você pediu por provas de precisão de cor antes da produção final da impressão.

Muitos designers profissionais de arte para produção de artes gráficas de ponta utilizam softwares dedicados para checagem de pré-impressão. Os softwares mais conhecidos incluem Callas PDF Toolbox, Enfocus PitStop e Markzware FlightCheck. Se você usa Adobe CC, então você tem algumas funções básicas de preflight no InDesign, e uma versão “light” do Callas PDF Toolbox está incorporada no Adobe Acrobat Pro. Se você não tentou isso antes, vale a pena, pois há muitos ajustes disponíveis nas funções de pré-impressão no Acrobat Pro.

Alguns dos ajustes finais e otimizações de sua arte são feitos no software profissional usado no departamento de pré-impressão. Os exemplos são workflow e sistemas RIP (Raster Image Processing) de empresas como EFI com o seu Fiery RIP, usado por muitos vendedores, entre eles a HP, e a indústria gráfica prefere o RIP em todos os setores da indústria.

Além disso, há versões especiais para impressão digital em tecidos desenvolvido pela Ergosoft para a Roland DG. No entanto, enquanto os sistemas RIP podem otimizar muito sua arte, eles podem não conseguir corrigir erros ou falhas graves. Então, é crucial aprender quais etapas de pré-impressão você precisa prestar atenção e garantir que você prepare sua arte com sabedoria. Desta forma, você vai conquistar a alta qualidade no resultado final que você desejava.

17 a 20 de Março de 2025
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