Confira como foi a live Inspiração vs. Inovação, com Evelin Wanke

Evelin Wanke e Alexandre Keese compartilharam pensamentos sobre como a criação de um fluxo organizado pode colaborar para a inovação

Confira como foi a live Inspiração vs. Inovação, com Evelin Wanke

No dia 1º de julho, a live da FESPA Digital Printing focou em inovação. O diretor da feira, Alexandre Keese, e a gerente de negócio da Epson, Evelin Wanke, compartilharam pensamentos sobre como a criação de um fluxo organizado pode colaborar para a inovação e como as soluções de impressão digital são aliadas nesse processo. Veja abaixo alguns destaques e a conversa na íntegra em nosso canal do YouTube - aproveite e seja um inscrito do canal!

A FESPA Digital Printing apresentará, de 24 a 27 de março de 2021, todas as ferramentas para você inovar e se destacar! A feira acontece no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo, e você já pode fazer o seu cadastro gratuito em: www.fespadigitalprinting.com.br/visitar.

 

Inovação

A conversa começou falando sobre os novos comportamentos no distanciamento social: “Há quatro meses, nunca imaginaríamos que estaríamos conversando dessa maneira. Estamos com saudades da feira, de encontrar o público, tivemos que reinventar nesse período. E fazer as lives já é inovar”.

A inovação, inclusive, está no histórico da especialista da Epson: “Trabalhei em empresas bem reconhecidas no mercado por serem inovadoras, como 3M e Epson. São bons exemplos de inovação e por que são inovadoras? Se for pensar em pilares que enxergo nas duas, ambas possuem uma diversidade de produtos. E, assim, conseguem se sustentar bem na crise. No caso da 3M, alcança os mercados de limpeza, hospitalar, automotivo, comunicação. E a Epson desenvolve impressora, scanners, robôs. E quando um lado se abala, o outro está ativo. Isso faz a empresa se manter em pé. Fazendo analogia com nossos clientes, vemos isso no nosso mercado, pois quem tem um maior portfólio para oferecer está menos abalado nesse momento”.

Evelin conta que conversou com um cliente do setor têxtil recentemente e ele citou que 70% da produção já voltou. E ele tem uma diversidade de produtos, investe em estampa, designs, desenhos diferentes, e por se diferenciar conseguiu se recuperar muito rápido. “Outro ponto que contribui muito é que a empresa precisa ter meta de inovação. Não há metas de vendas? É preciso ter de inovação. Isso é importante para empresas que desenvolvem produtos. É preciso visão de longo prazo, um desenvolvimento de produto não é algo rápido, o desenvolvimento de produto tem que ter visão do que vai ocorrer lá na frente”.

Criatividade

Evelin citou algo fundamental: “Todo mundo é capaz de criar. Criatividade não é um dom, é um estímulo. A gente às vezes vai para a zona de conforto, pois a quantidade de informação que chega é enorme, então algumas pessoas pensam: para que criar?”

Em 2013, um ex-CEO do Google disse que o conteúdo criado em dois dias era o mesmo criado desde que começou a civilização até o ano de 2013. As informações vão crescendo exponencialmente.

A especialista da Epson falou que a criatividade não pode ser podada. “Se você está em uma empresa que seu chefe está sempre te criticando, você traz uma ideia e ela nunca é aceita, então as pessoas se retraem muito. E assim não se permite criar pelo ambiente que todos estão trabalhando e convivendo. Aí é preciso fazer uma “lavagem do seu pensamento”. É resetar e começar tudo novamente”. No caso da Epson, ela tem 86% do corpo de funcionários ligados a desenvolvimento e fabricação de produtos, enfatizando a importância da inovação.

Fazer o diferente

Alexandre Keese contou que uma fábrica de pijamas no Brasil olhou para esse momento e pensou como poderia colaborar. Assim, começou a produção de máscaras e EPIs. E, em cima disso, desenvolveu uma nova oportunidade de negócio. E, depois, com as pessoas mais em casa, os próprios pijamas ficaram novamente em alta.

Evelin completou que essa empresa inovou a forma de fazer negócio, com uma rápida adaptação ao digital e até na forma de entregar o produto ao cliente. Eles começaram a enviar a roupa para se testar em casa, dando alguns dias para tomar a decisão e depois buscar os produtos que a pessoa não queria. Foi um grande sucesso, porque a pessoa sempre ficava com algumas das roupas.

“Inovar não é só desenvolvimento de produtos, é desenvolvimento de soluções, da prestação de serviços, dos modelos de negócio. Dentro do negócio de impressão, estamos olhando para diferentes formas de vender. Em momento de pandemia, trabalhar mais com locação de máquina do que vender. Ele pode utilizar por um tempo para alavancar vendas e depois simplesmente devolver o produto ao fornecedor. Estamos buscando formas diferentes de vendas de produtos que jamais pensamos. Que tal ter uma impressora que imprime camisetas em um supermercado? As pessoas foram mais ao supermercado. E você quer levar uma camiseta com uma frase positiva para casa nesse momento. Estamos pensando em formas diferentes de entregar os produtos ao cliente”.

Essa produção sob demanda é inclusive uma tendência apontada pelo estudo do Print Census, lembrou Alexandre Keese, que notou uma troca de comportamento. O que era uma produção em massa se abre para personalização em massa. Isso vem do fato de que todos querem expressar sua maneira de ser, seu estilo de vida, e ao mesmo tempo, a tecnologia digital é o que permite que isso aconteça com uma grande facilidade.

“Estamos entrando em uma nova era de consumo mais consciente. As pessoas terão itens mais personalizados, mais de acordo com seu estilo, e que durem mais tempo porque você comprou aquilo de acordo com o que você é”.

Metodologias de inovação

O design thinking é uma metodologia inspirada na maneira dos empresários criarem e depois aplicado às empresas e aos negócios, explica Evelin. Ele é composto por três grandes pilares. O primeiro pilar é observar, saber qual o problema, pois você irá criar a partir de um problema.

“Dentro desse primeiro pilar, você tem que ser muito observador, escutar muito. Até podemos trazer o exemplo prático: qual o problema que enfrentamos nos dias atuais: como vender nessa crise sem fazer muitos investimentos? Temos primeiro que ver o que é conhecido por nós desse problema, fazendo uma lista. E depois fazer uma lista do que não é conhecido. Mas como fazer uma lista do que não se conhece? Indo a campo, ouvindo, perguntando aos clientes. Aí sim terei a real resposta e fazer conexões para começar o processo de criação e inovação”.

Os profissionais da Epson fazem isso com os clientes brasileiros. Muitas vezes, os desenvolvedores vêm do exterior para observar como eles lidam com as máquinas e quais problemas encontram. Após a observação, é o momento de se reunir e ir para a segunda etapa ao discutir o problema e o entendimento de cada um sobre o que o cliente quer.

E o segundo pilar do design thinking, o brainstorm, a “tempestade de ideias”. “As ideias não podem ser podadas e nem criticadas. As pessoas de personalidades e ideias diferentes começam a escrever ideias e jogar tudo que vem na cabeça. Depois as ideias são faladas a esse público e selecionadas as três melhores. Essa metodologia acontece porque muitas vezes a inovação vem de uma ideia que já existe. Se há um público diversificado, as pessoas vão criticar umas as outras, com personalidades diferentes para que elas se questionem. Unindo pensamentos saem grandes projetos”.

Depois das três ideias definidas, é hora de testar, de colocar em prática. E o último pilar é vender. “Depois que você valida, você tem que valorar seu produto. A ideia pode ter custado 1 real para ser desenvolvida, mas pode ser vendida por ser 100 mil. O valor é o que o mercado percebe, então esse grupo de desenvolvimento tem que ser muito inteligente na hora de posicionar o valor do produto para que ele não seja desvalorizado. Que ele tenha o valor real que está sendo percebido pelas pessoas”.

Os especialistas reforçaram algo que vem sendo muito dito no mercado que já vinha acontecendo e vai se reforçar ainda mais: é o fato de que as empresas que vão sobreviver vão deixar de produzir para vender, e sim identificar a necessidade do consumidor e depois fazer a produção e venda.

Centro de Inovação

A Epson construiu recentemente no Brasil um Centro de Inovação. “O Centro inteiro, com o showroom, tem 200 metros quadrados construídos. É uma fábrica inteligente que poderia produzir 200 mil metros quadrados de tecido com estampa e 20 mil camisetas na produção industrial por mês. Hoje não é preciso de um espaço gigantesco para colocar uma estamparia. O digital contribui muito para redução de custos, aluguel, mão de obra, energia. Criamos isso para mostrar que não são apenas as grandes empresas que podem ter uma impressão direta no tecido, as médias empresas já podem investir. Não é preciso todo aquele maquinário que precisava para uma tinta reativa. Hoje estamos trazendo essa solução de pigmento, não precisa de uma lavadora e uma vaporizadora”.

O digital vem para contribuir para a sustentabilidade, com uma considerável redução do uso de água. É possível reduzir drasticamente com a impressão digital e ainda mais com a tinta pigmento, que hoje já vem sendo mais acessível do que já foi. E esse centro foi feito para mostrar isso aos clientes, que podem ir até o local e fazer os testes personalizados. A principal máquina, a Monna Lisa, de impressão direta no tecido, é 100% customizada para o cliente: ele pode escolher a largura, número de cores, tamanho do tanque da tinta, a velocidade da máquina através do número de cabeças de impressão. Assim, pode entender exatamente o que precisa em qualidade e velocidade.

E quando há o pensamento em qualidade e inovação, a “guerra de preços” fica para trás. “O grande erro do cliente é precificar o metro quadrado. Você acaba desvalorizando o produto, torna ele um commodity. E não deveria ser. Quanto custa uma calça jeans ou um vestido de uma marca de renome no mercado e quanto custa para produzir? Então é óbvio que precisa ter qualidade. Meus clientes costumam falar que o mercado brasileiro é um dos mais exigentes em termos de moda. O único que olha se a costura está perfeita, se o fio não virou. Então, o produtor têxtil brasileiro precisa de soluções para atender essa exigência toda do mercado local”.

Evelin encerra com recados: “Não entrem na zona de conforto, mexam-se! A ação cria a inovação!”.

17 a 20 de Março de 2025
Segunda a quinta-feira das 13h às 20h
Pavilhão Azul do Expo Center Norte
São Paulo, SP - Brasil